Central de Notícias Petistas

domingo, 27 de novembro de 2011

A religião e o combate ao racismo

Angela Guadagnin, Rosa Miranda,
Wagner Balieiro e Amélia Naomi
No último dia 18, na Câmara Municipal de São José dos Campos, foi realizado o debate sobre qual é o papel das religiões nos dias de hoje no combate às discriminações e ao racismo. Evento este organizado pela Secretaria Municipal de Combate ao Racismo do Pattido dos Trabalhadores,  a primeira mesa foi mais de cunho politico que teve como objetivo dar posse a nova diretoria e contou a presença do Presidende do PT e vereador Wagner Balieiro, a vereadora Amelia Naomi, a vereadora Angela Guadagnin e na platéia diversos médicos, jornalistas, representantes de Ong’s e sociedade civil.

Tata Kwa Nkissi Katubanjesi, Sérgio Luiz Ivo,
Diego Rodrigues de Miranda, Rosa Miranda
e Sebastião Marques de Andrade Filho
A segunda mesa contou com a presença dos seguintes palestrantes Diácono Sebastião Marques de Andrade Filho, da paróquia Imaculada Conceição, de Jacareí, do Seminarista Sérgio Luiz Ivo, da Primeira Igreja Batista, de Tata Kwa Nkissi Katuvanjesi, Walmir Damasceno, pesquisador e estudioso de culturas tradicionais afro bantu, de Diego Rodrigues de Miranda, professor de arte e cultura, e Rosa Miranda que coordenou todo o evento.

Dando início às palestras, o Diácono Sebastião falou sobre a Pastoral Afro, que tem por um dos seus objetivos cuidar da saúde, da auto-estima, da educação e do encaminhamento do negro no mercado de trabalho. A Pastoral foi fundamental nos debates de assuntos pertinentes, da criação da Faculdade Zumbi dos Palmares e dos prés vestibulares para negros, que foram realizadas a partir destes debates.

O Diácono falou também da importância da Teologia do Povo Negro, que seria a desmistificação do Deus e anjos como sendo da raça branca somente, propondo também a oralidade da história do negro. Este resgate da cultura negra somente foi possível através dos terreiros de candomblé, pois é de lá que vem os instrumentos musicais africanos, as danças africanas, a história da África.


Na sequência, o Seminarista Sérgio Luiz fala sobre o racismo atual, este que não é só contra os negros e sim com as minorias. Fala sobre o seu trabalho Ministério de Ruas, na qual é líder, e que tem por iniciativa ajudar os mendigos e garotas de rua. Os mendigos são tidos como "os homens invisíveis" e estão nestas condições por vários motivos, drogas, alcoolismo, condições sociais...

Fala sobre o movimento evangélico que ao longo das décadas se afastou da comunidade, fixando somente na espiritualidade. Hoje em dia, o movimento analiza a importância desse resgate, dessa aproximação, de se tornarem agentes ativos dentro da sociedade.

Finalizando o debate, Tata Kwa Nkissi Katuvanjesi, ressalta que o que não é escrito não pertence a história, e que esta postura tem que ser mudada, pois é a oralidade a base das religiões afro. Pontua também que faltam políticas públicas para coibir a discriminação religiosa e do reconhecimento da importância da cultura do negro no Brasil.


Diego Miranda, novo coordenador da Secretaria Municipal de Combate ao Racismo, ao responder à uma questão levantada no debate, afirma que mais de 80% dos presos atualmente são afro-descendentes, ou seja, há ainda uma grande urgência na criação e prática de políticas públicas para melhorar as oportunidades de educação e trabalho para todos.
Após as falas dos palestrantes foi aberto para perguntas dos participantes, alguns inscristos deram depoimento da importancia do debate, outros buscaram saber mais do comportamento interno dentro dos templos sobre o racismo interno e como ele é tratado, por fim consideramos que a participação dos palestrantes neste debate, traz um outro dialogo e precisamos avançar mais nas ações conjuntas.




Patricia Fornitani

  


Conceição, Bruno Emídio, Ebomi Monaminandê,
Tata Kwa Nkssi Katubanjesi e Patricia Fornitani 

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